“Deus perdoa sempre, o homem às vezes, a terra jamais” – Papa Francisco

04/05/2015 10:05

http://www.ihu.unisinos.br/noticias/539801-expo-o-papa-deus-perdoa-sempre-o-homem-as-vezes-a-terra-jamais

Primeiro, “renunciar à autonomia absoluta dos mercados e da especulação financeira e agir principalmente sobre causas estruturais da iniquidade”. Segundo, adotar políticas econômicas corajosas pela “dignidade da pessoa humana e o bem comum”. Terceiro, custodiar a terra que “pede respeito e não violência ou, pior ainda, arrogância de patrões”, para consigná-la “melhorada” aos filhos. São as recomendações confiadas pelo Papa Francisco num vídeo-mensagem projetado no evento “As idéias de Expo 2015” que, organizado pelo ministério italiano das políticas agrícolas alimentares e florestais, em colaboração com Expo Milano 2015, se desenvolve hoje sobre o tema “Nutrir o Planeta, Energia para a Vida”, no Hangar Bicocca de Milão com a participação de 500 peritos nacionais e internacionais. Jorge Maria Bergoglio, que aliás está trabalhando numa encíclica ecológica, convidou os peritos a ”superar as tentações dos sofismas, dos nominalismos, daqueles que procuram fazer qualquer coisa, mas sem a concretude da vida” e reafirmou um dito a ele muito caro: Deus perdoa sempre, o homem perdoa às vezes, a terra não perdoa jamais.

A reportagem é de Iacopo Scaramuzzi, publicada por Vatican Insider, 07-02-2015. A tradução é de Benno Dischinger.

“Por ocasião de minha visita à FAO eu recordava como, além do interesse “pela produção, a disponibilidade de alimento e o acesso a ele, a mudança climática o comércio agrícola”, que são questões inspiradoras cruciais, “a primeira preocupação deve ser a própria pessoa, quantos carece do alimento cotidiano e deixaram de pensar na vida, nas relações familiares e sociais, e lutam somente pela sobrevivência”, disse Bergoglio, que citou por mais vezes, em seu vídeo-mensagem, tudo o que disse à FAO aos 24 de novembro passado quanto à sua exortação apostólica “Evangelii Gaudium”. Hoje, é a denúncia do Papa, “não obstante o multiplicar-se das organizações e das diferentes intervenções da comunidade internacional sobre a nutrição, vivemos aquilo que o santo Papa João Paulo II indicava como paradoxo da abundância, ou seja, “há alimento para todos, mas nem todos podem comer, enquanto o desperdício, o rejeito, o consumo excessivo e o uso de alimentos para outros fins estão diante de nossos olhos”.

São três as condutas concretas sugeridas pelo Pontífice argentino para “superar a tentação dos sofismas – aquele nominalismo do pensamento que vai além, além, além, mas jamais toca a realidade – para superar esta tentação”. Primeiro, recordar-se que “a raiz de todos os males é a iniquidade”, que é “o fruto da lei de competitividade pela qual o mais forte tem a melhor sobre o mais débil” e se traduz numa “lógica do desfrutamento” e “do descarte”: “É, portanto, necessário, se quisermos realmente resolver os problemas e não perder-nos nos sofismas, resolver a raiz de todos os males que é a iniquidade. Para fazer isto, há algumas escolhas prioritárias a realizar: renunciar à autonomia absoluta dos mercados e da especulação financeira e agir principalmente sobre as causas estruturais da iniquidade”. Em segundo lugar, o Papa convidou os peritos da Expo a serem “testemunhas de caridade”, recordando quanto está por ele escrito na “Evangelii Gaudium”: “A política, tão denegrida, é uma vocação altíssima, é uma das formas mais preciosas da caridade porque procura o bem comum”. Decorre daqui a indicação a assumir “uma sã política econômica” sobre a “dignidade da pessoa humana” e sobre o “bem comum”: “Por favor, sede corajosos e não tenhais medo de fazer-vos interrogar nos projetos políticos e econômicos por um significado mais amplo da vida porque isto vos ajuda a “servir verdadeiramente o bem comum” e vos dará força no “multiplicar e tornar mais acessíveis para todos os bens deste mundo”.

Enfim, “recordo novamente, como já o fiz à FAO, uma frase que escutei de um velho camponês, faz muitos anos: “Deusperdoa sempre, as ofensas, os abusos; Deus sempre perdoa. Os homens perdoam às vezes. A terra não perdoa jamais! Custodiar a irmã terra, a mãe terra, para que ela não responda com a destruição”. A terra, prosseguiuBergoglio, mencionando o compêndio da Doutrina social da Igreja, “nos foi confiada para que possa ser para nós mãe, capaz de dar quanto necessário a cada um para viver. Certa vez – prosseguiu o Papa argentino – escutei uma coisa linda: a Terra não é uma herança que nós recebemos dos nossos progenitores, mas um empréstimo que fazem a nós os nossos filhos, para que nós a custodiemos e a façamos ir em frente e reconduzi-la a eles. A terra é generosa e não faz faltar nada a quem a protege. A terra, que é mãe para todos, pede respeito e não violência ou, pior ainda, arrogância de patrões. Devemos restituí-la aos nossos filhos melhorada, custodiada, porque é um empréstimo que eles nos fizeram”.

“A própria questão dos alimentos mostra com clareza a lógica diferente que anima a perspectiva do mercado e a dos direitos. Segundo a primeira, que incorpora uma definição de justiça baseada no intercâmbio entre equivalentes, é legítimo excluir do acesso a um bem – incluindo os alimentos – aqueles que não têm os recursos para adquiri-lo, enquanto para a segunda “é estrito dever de justiça e verdade impedir que as necessidades humanas fundamentais permaneçam insatisfeitas e que pereçam os homens por elas oprimidos” (João Paulo II, carta encíclica Centesimus Annus, 1991, n. 34)”, escrevem Paolo Foglizzo e Chiara Tintori, em editorial publicado na revista Aggiornamenti Sociali, de maio de 2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Segundo o editorial da revista dos jesuítas italianos, “um mundo justo, sustentável e convivial precisa aprender a compor melhor a pluralidade de possíveis perspectivas em torno dos alimentos: cada uma é portadora de uma verdade, que, sem ser levada em consideração, é impossível chegar a uma real solução para os problemas; ao contrário, eles se agravam, corroendo aquele capital social e aquela confiança de que até mesmo o mercado – que não é capaz de resolver os problemas sociais, limitando-se a estender a sua lógica – precisa para poder funcionar, mas sem ser capaz de produzi-los”.

Eis o texto.

Chegamos. Depois de tantas discussões sobre a sua utilidade, a desorientação gerada pelas investigações judiciais, o temor de não ver realizados os espaços de exposição, a Expo abre as portas.

Muitas são as perspectivas para se olhar para o evento ou para se mover através dos pavilhões (para quem os visitar) e, a partir deles, avaliar os seus resultados. Para aproveitar plenamente as potencialidade e, ao mesmo tempo, governar os seus riscos e as suas possíveis ambiguidades, parece-nos fundamental manter a atenção sobre o tema escolhido pelos organizadores: os alimentos, em toda a sua profundidade e riqueza.

Justamente porque não há homem sem alimentos, este último se presta a se tornar o teste decisivo para fazer uma espécie de checape do estado do nosso mundo e para projetar o nosso olhar e a nossa ação rumo ao objetivo de um desenvolvimento autenticamente humano, que saiba conjugar quantidade e qualidade, equidade e sustentabilidade.

De fato, os alimentos são o campo em que se apoiam as relações fundamentais com as quais é entretecida a vida de cada pessoa e de cada sociedade: podem florescer na direção da vida boa para todos, ou se aparafusar ao longo de percursos contraditórios e de exclusão.

Em primeiro lugar, nos alimentos, cada um experimenta a relação consigo mesmo, com o próprio fato de ser um corpo e com as próprias necessidades fundamentais. A necessidade de nutrição nos lembra da fragilidade da nossa condição e a nossa necessidade de cuidado. O modo pelo qual comemos é um indicador da relação que temos com nós mesmos, como demonstram as cada vez mais difusas patologias que se enraízam em transtornos alimentares.

Os alimentos, além disso, são sinal da relação com os outros habitantes do planeta: não é por acaso que a imagem elementar à qual se recorre para explicar o conceito de justiça distributiva é a de uma torta dividida em partes iguais, sem que ninguém fique com a boca seca enquanto outros se empanturram e desperdiçam.

Não muito diferente é a imagem convivial do banquete, utilizada para falar de relações harmoniosas entre pessoas e grupos sociais, étnicos e religiosos: a mesa posta e o alimento compartilhado sempre desde sempre a representação da paz no seu sentido mais pleno, que não se limite à ausência de guerra.

Ao contrário, precisamente através da mesma imagem “alimentar”, podemos focar a unidade profunda de justiça e paz, de equidade e convivialidade. Não se trata de contrapor o “devido” ao “compartilhado” ou ao “doado”, mas de tomar consciência de que estamos diante de planos inextricavelmente ligados entre si: não há autêntica convivialidade quando os pratos dos comensais não contêm a mesma comida (em termos de quantidade e de qualidade), e, portanto, a convivialidade incorpora a justiça, que representa a sua base.

Ao mesmo tempo a consciência da igualdade entre os comensais, implícita na demanda de uma justa distribuição, não pode deixar de evoluir na fraternidade e na harmonia convivial.

Os alimentos também são um canal privilegiado da relação da humanidade com o ambiente e com o planeta: tocamos aqui, apenas para citar algumas, a questão da pegada ecológica da cadeia agroalimentar, da biodiversidade, da correta gestão da água, do solo e dos resíduos.

Por fim, desde sempre, os alimentos, justamente por causa do seu íntimo valor simbólico, são um elemento fundamental da experiência religiosa e das suas práticas. Se todas as religiões têm prescrições alimentares, isso vale sumamente para a fé cristã, em que Deus escolhe o alimento como o sacramento do dom de Si mesmo à humanidade.

Os alimentos, portanto, representam uma espécie de alfabeto relacional com o qual podemos traçar o mapa da nossa vida e do mundo contemporâneo, revelando aqueles que o Papa Francisco chamou de os seus “paradoxos” (mensagem de vídeo para o encontro “As ideias da Expo 2015 – Rumo à Carta de Milão”, do dia 7 de fevereiro de 2015).

Nestas páginas, indicaremos alguns dos mais evidentes deles, para depois voltar a nossa atenção para as dinâmicas sistêmicas que lhes deram origem. O sucesso da Expo, em termos de autêntico desenvolvimento humano, está ligado não ao número de visitantes, mas ao fato de representar uma oportunidade para enfrentar esses paradoxos e buscar como oferecer uma alimentação justa, sustentável e convivial para todos os habitantes do planeta.

O acesso, o excesso e o desperdício

O paradoxo mais macroscópico é que “há alimentos para todos, mas nem todos podem comer” (ibid.): sabemos disso há décadas, mas isso não pode tornar tal fato evidente ou menos absurdo.

Segundo os dados divulgados pela FAO em 2014 (www.fao.org), o número daqueles que sofrem de fome no mundo diminuiu em mais de 100 milhões na última década e em mais de 200 nos últimos 20, mas as pessoas em estado de desnutrição ainda são 805 milhões: portanto, persiste um problema no acesso aos alimentos, que não faltam, mas estão disponíveis apenas para aqueles que têm meios para comprá-los.

Igualmente paradoxal é o fato de que, no mundo, ao lado de 800 milhões de desnutridos, vivem 500 milhões de obesos e mais de um bilhão de pessoas acima do peso. Cerca de 65% da população mundial vive em países onde as consequências do excesso de alimentos fazem mais vítimas do que a desnutrição.

Fome e obesidade são dois lados da mesma moeda, até mesmo em países da África subsaariana, como Nigéria eUganda, cronicamente afligidos por desnutrição e carestias. Entram em jogo aqui estilos de vida e escolhas de consumo, muitas vezes desvinculados de efetivas necessidades ou ditadas por condicionamentos aos quais amplas faixas da população não têm os instrumentos para reagir de modo adequadamente crítico.

Por fim, no mundo de hoje, a fome convive com o desperdício de alimentos. A FAO estima que, em nível mundial, ele é igual a 1,3 bilhão de toneladas por ano, cerca de um terço da produção total de alimentos para consumo humano, em um valor de cerca de 750 bilhões de dólares por ano: uma quantidade mais do que suficiente para dar alimentos para os 800 milhões de vítimas da desnutrição.

Nos países pobres, trata-se principalmente de alimentos que são desperdiçados por falta de adequados sistemas de conservação (cadeia do frio, armazéns de estocagem dos cultivos capazes de defendê-los dos parasitas etc.), que causam o seu apodrecimento antes do consumo, agravando a insegurança alimentar das camadas mais pobres da população.

Nas sociedades opulentes, no entanto, a dinâmica do desperdício faz com que sejam jogados fora alimentos ainda perfeitamente comestíveis, agravando, dentre outras coisas, o problema, muitas vezes já complexo, da gestão dos resíduos.

FAO também estima que, nos países desenvolvidos (EuropaAmérica do Norte e Oceania), o desperdício de alimentos na fase do consumo oscila entre 95 e 115 kg per capite por ano (105 em relação à Itália). Também nesse caso, entra em jogo a capacidade de gerir compras e consumo, em particular onde o custo relativamente modesto dos produtos alimentares torna menos perceptível o dano devido ao desperdício, ao menos em nível individual; mas a questão também põe em causa a organização do sistema de produção e de distribuição dos alimentos, de uma rotulagem dos produtos que torne corretamente compreensíveis as indicações sobre a validade, à possibilidade de dar uma “segunda vida” às remanências no setor da alimentação coletiva (por exemplo, os restos dos restaurantes), à criação de circuitos alternativos para a distribuição dos produtos hortifrutícolas com defeito à vista, mas perfeitos do ponto de vista nutricional.

Mercado, direito e bem comum

Como começamos a entrever, os paradoxos dos alimentos colocam-se na interseção de dinâmicas, como por exemplo o consumo, que se desdobram em uma pluralidade de planos diferentes: individual, social, econômico, político etc. Sob essa luz, eles representam as linhas de falha em que se manifestam as tensões profundas que percorrem o nosso mundo.

Chegamos ao mesmo resultado se refletimos sobre como os alimentos podem ser considerados de modo muito diferente de acordo com o ângulo de visão a partir do qual se olha para eles.

Parecem-nos particularmente relevantes três perspectivas, que correspondem a três lógicas sistêmicas diferentes, com base nas quais regem-se instituições e dinâmicas do mundo contemporâneo.

Em primeiro lugar, os alimentos, sem dúvida, são um produto, e um produto de mercado, uma vez que ao mercado, como instituição econômica e social, é substancialmente confiada a cadeia de produção e distribuição dos alimentos.

Essa fato certamente tem aspectos positivos, particularmente pela inegável capacidade do mercado de estimular a eficiência e, portanto, aumentar a produção: o fato de que a disponibilidade de alimentos no mundo seja, no total, superior às necessidades caracteriza a nossa época, graças ao progresso técnico-econômico que se acumulou ao longo dos séculos, mas não toda a história da humanidade, que, por longos períodos, ao contrário, teve que fazer as contas com uma real penúria alimentar.

No entanto, o mercado é muito menos eficaz do ponto de vista da distribuição, pois é capaz de satisfazer apenas aquelas necessidades que, associando-se a uma capacidade de despesa, transformam-se em demanda. Essa é a raiz do problema do acesso aos alimentos por parte daqueles que são pobres demais para poder comprá-lo, evidenciando a existência de necessidades que o mercado não é estruturalmente capaz de satisfazer e para cuja satisfação é preciso buscar lógicas alternativas.

Na lógica do mercado, os alimentos, assim como qualquer outro produto, são uma ocasião de lucro. Quando a busca do lucro representa o único critério da ação, sem adequados balanços – culturais, normativos, éticos etc. –, ele se torna uma das causas dos paradoxos lembrados antes: a mentalidade consumista que daí deriva, incentiva o mau consumo alimentar, que põe em risco a saúde de muitos, e o desperdício, visto que, sobre o alimento jogado fora, ganha duas vezes, quando é vendido e quando é descartado.

Uma segunda perspectiva lê os alimentos como direito, dentro daquele percurso de elaboração de instrumentos de tutela e promoção da dignidade humana, que deu origem ao corpus dos direitos humanos.

Sobre a questão do direito à alimentação e sobre a ainda insuficiente tutela jurídica de que foza, Filippo Pizzolatorefletiu no número de fevereiro da nossa revista (“Il diritto all’alimentazione. Un bisogno fondamentale povero di tutele”, em Aggiornamenti Sociali, 2 [2015] 131-141), artigo ao qual remetemos.

É interessante sublinhar, porém, que a própria questão dos alimentos mostra com clareza a lógica diferente que anima a perspectiva do mercado e a dos direitos. Segundo a primeira, que incorpora uma definição de justiça baseada no intercâmbio entre equivalentes, é legítimo excluir do acesso a um bem – incluindo os alimentos – aqueles que não têm os recursos para adquiri-lo, enquanto para a segunda “é estrito dever de justiça e verdade impedir que as necessidades humanas fundamentais permaneçam insatisfeitas e que pereçam os homens por elas oprimidos” (João Paulo II, carta encíclica Centesimus Annus, 1991, n. 34).

Um terceiro olhar reconhece nos alimentos um bem comum da humanidade no seu conjunto, assim como o ambiente e a natureza de que a nossa espécie precisa para sobreviver: portanto, um recurso do qual é preciso encontrar as modalidades de proteção e de desenvolvimento mais corretas, de modo que todos possam usufruir deles, segundo o tradicional princípio da destinação universal dos bens, proposto pela doutrina social da Igreja.

Trata-se de uma lógica a mais a ser composta com as anteriores. O exemplo dos transgênicos ajuda a esclarecer isso. Sem poder aqui entrar na questão – embora crucial – dos possíveis riscos ligados à sua utilização na linha do respeito ao princípio de precaução, limitamo-nos a observar como a sua própria existência repousa em boa parte sobre um aparato jurídico de tutela dos direitos de propriedade intelectual que assegura aos detentores das relativas patentes não apenas lucros muito elevados, mas também um domínio quase absoluto, a ponto de negar às populações e aos países que os cultivam qualquer poder de decisão quanto ao seu uso.

Falaram sobre isso, nas nossas páginas, o cardeal Peter Turkson, presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz(“Per un dialogo autentico sugli OGM”, em Aggiornamenti Sociali, 4 [2014] 278-291), e depois Claudio Malagoli(“Brevetto alimentare: una nuova forma di colonialismo?”Aggiornamenti Sociali, 12 [2014] 827-835).

A atual configuração dessa matéria, portanto, não tutela adequadamente a natureza de bem comum dos alimentos, embora permanecendo em aberto a questão sobre como compor essa tutela com a promoção da pesquisa científica e tecnológica.

No setor alimentar, assim como no dos fármacos, “existem formas excessivas de proteção do conhecimento por parte dos países ricos, através de uma utilização demasiado rígida do direito de propriedade intelectual” (Bento XVI, carta encíclica Caritas in Veritate, 2009, n. 22).

Um mundo justo, sustentável e convivial precisa aprender a compor melhor a pluralidade de possíveis perspectivas em torno dos alimentos: cada uma é portadora de uma verdade, que, sem ser levada em consideração, é impossível chegar a uma real solução para os problemas; ao contrário, eles se agravam, corroendo aquele capital social e aquela confiança de que até mesmo o mercado – que não é capaz de resolver os problemas sociais, limitando-se a estender a sua lógica – precisa para poder funcionar, mas sem ser capaz de produzi-los.

Um compromisso contra os sofismas

Na mensagem de vídeo já citada do dia 7 de fevereiro, o Papa Francisco recordou como, no mundo de hoje, os alimentos não são apenas terreno de paradoxos, mas também de sofismas, isto é, de argumentações instrumentais, voltadas a despotencializar a carga de injustiça e de desumanização desses paradoxos.

O evento Expo e os milhões de pessoas que vão visitá-lo poderão permanecer prisioneiras deles, ou encontrar uma oportunidade para desmascará-los. Esse é, a nosso ver, o verdadeiro desafio da Expo, o mais difícil de vencer, mas também o que promete deixar uma herança mais relevante no percurso da humanidade rumo a um desenvolvimento equitativo e sustentável.

Para enfrentar esse desafio, a Santa Sé participa da Expo com um pavilhão próprio, enquanto a Cáritas estará presente com um estande próprio e com inúmeras iniciativas, com algumas das quais a nossa revista também irá colaborar.

O compromisso cultural da Aggiornamenti Sociali – propor uma reflexão sobre os paradoxos e sobre os sofismas que circulam quando se fala de alimentos – começou bem antes que fossem abertos os portões da Expo.

As nossas páginas – de papel e virtuais – dos últimos meses rastreiam isso e continuarão a fazê-lo ao longo dos seis meses da exposição, estimulando uma fruição crítica do evento.

Sob essa chave, a Aggiornamenti Sociali optou por apoiar o Protocolo de Milão (www.protocollodimilano.it) e aqueles conteúdos que dele desembocarão na Carta de Milão, um documento que será proposto à assinatura dos países participantes e visitantes.

Trata-se de uma série de compromissos para enfrentar, em nível de escolhas individuais e políticas locais, nacionais e globais, os paradoxos dos alimentos. Nas intenções dos organizadores e do governo italiano, será essa a principal herança da Expo para o mundo. Interessa-nos que ele seja bonito, estimulante e o máximo possível isento de sofismas. Caso contrário, será bem pouco útil.

Também graças ao trabalho dos últimos meses, em vista da Expo, descobrimos que os alimentos não são apenas terreno de paradoxos e de sofismas, mas também de pesquisas e de reflexões sobre valores e boas práticas de alimentação justa, sustentável e convivial, que esperam ser divulgadas e compartilhadas por um número crescente de pessoas.

Por isso, disponibilizamos aquelas encontradas nas diversas iniciativas que organizamos no e-book Le dimensioni del cibo. 12 chiavi per entrare in Expo (disponível aqui, em italiano) e no livro Nutrire il pianeta? Per un’alimentazione sostenibile, giusta, conviviale (organizado por Matteo Mascia e Chiara Tintori, Ed. Bruno Mondadori, Milão, 2015), que apresentaremos na Expo no dia 13 de junho.

Para manter a promessa de mudar o mundo, boas análises, boas reflexões e boas práticas representam um recurso irrenunciável, que, para desdobrar as suas potencialidades, requerem o empenho de todos para se traduzirem em boas políticas e boas normas, voltando a soldar em um ciclo virtuoso o nível das escolhas pessoais de estilo de vida com o da construção de estruturas sociais mais justas e sustentáveis para todos, hoje e amanhã.

Interessa-nos que um evento como a Expo não se resolva na fruição individualizada daqueles que a visitarão, mas ponha em movimento percursos coletivos, também em escala global, nessa direção.

http://www.ihu.unisinos.br/noticias/542255-expo-milao-os-alimentos-para-alem-dos-sofismas

Pesquisa em Seres Humanos

29/04/2015 17:56

Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEPSH) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) promoveu nesta quarta-feira, 29 de abril, no Centro de Ciências da Educação (CED), um seminário sobre ética na pesquisa com seres humanos em diferentes áreas do conhecimento.

Seminário de Ética nas Pesquisas com Seres Humanos -  Foto Tamiris Moraes-7

Ministrado pelos professores Washington Portela de Souza, coordenador do CEPSH, eLeda Maria Braga Tomitch, representante do Departamento de Língua e Literatura Estrangeiras (DLLE) no Comitê, o seminário esclareceu dúvidas sobre ética em estudos com humanos e sobre a Plataforma Brasil, sistema eletrônico criado pelo governo federal para sistematizar o recebimento dos projetos de pesquisa em todo o país.

Segundo Portela, os comitês de ética em pesquisa (CEPs) são importantes para o desenvolvimento consciente dos projetos. “No início, as portarias do Ministério da Saúde se voltavam mais às pesquisas clínicas. Os CEPs começaram a se desenvolver por causa disso, e hoje abrangem também a questão mais humana”, explica.

No Brasil, a legislação pertinente é elaborada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), a qual possui regras específicas para cada tipo de estudo que envolve seres humanos. Quem aprova e fiscaliza projetos dessa natureza são os comitês de ética em pesquisa e colegiados interdisciplinares de cada instituição. Em Florianópolis, por exemplo, existem CEPs na UFSC, Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Hospital Infantil, entre outros.

Mais informações: Sistema Nacional de Ética em Pesquisa do Governo (Sisnep); 

Wagner Reis/Estagiário de Jornalismo da Agecom/DGC/UFSC

Revisão: Claudio Borrelli/Revisor de Textos da Agecom/DGC/UFSC

Fotografia: Tamiris Moraes/Estagiária de Fotografia da Agecom/DGC/UFSC

Seminário sobre ‘Ética na Pesquisa com Seres Humanos’ dia 29.04.2015

15/04/2015 21:59

A Câmara de Pesquisa do Centro de Ciências da Educação (CED) promove seminário sobre Ética na Pesquisa com Seres Humanos, no dia 29 de abril, às 9h, no auditório do CED.

O que é ético na pequisa com seres humanos para as diferentes áreas do conhecimento?  Este é um assunto que tem gerado debates entre as áreas das Ciências Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas. Confira os documentos: Minuta Resolução /Conep – Carta/Resposta carta – Conep/Submissão Projetos de Pesquisa.

Mais informações: http://ced.ufsc.br

EATING, WALKING, THINKING : FOOD ON THE MOVE

15/04/2015 10:18

http://ewtsummerschool.weebly.com/

‘A origem e o conceito de vida’,

13/04/2015 17:33

http://www.cyral.org/pt-br/

A Universidade de Oxford (por meio do Ian Ramsey Centre for Science and Religion) e a Universidade San Francisco de Quito (por meio do Instituto Galápagos de Artes e Ciências) vão realizar o primeiro workshop do projeto “Ciência, Filosofia e Teologia na América Latina“, com financiamento da Fundação John Templeton. O evento, com o tema “A origem e o conceito de vida”, ocorrerá de 17 a 21 de agosto deste ano. Os principais temas do workshop serão a origem e a noção de vida, vida extraterrestre, diferentes tipos de vida e diferentes perspectivas sobre a definição de vida.

Oxford Logo PT

John Templeton Foundation

 

Ian Ramsey Centre for Science and Religion

 

 

 

Observatório de Justiça Ecológica discute Direitos Animais

13/04/2015 17:07

 

http://noticias.ufsc.br/2015/04/observatorio-de-justica-ecologica-discute-direitos-animais-no-dia-13/

Animais têm direito à dignidade? Apesar de a resposta parecer simples, o questionamento será um dos pontos discutidos na palestra de abertura de semestre do Observatório de Justiça Ecológica (OJE) da UFSC, “O princípio da dignidade da vida para além da vida humana”, no auditório do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ), às 10 horas, na próxima segunda-feira, 13 de abril. O encontro, sem inscrição e com entrada gratuita, será ministrado por Fernanda Medeiros (Unilasalle/PUCRS), autora do livro “Direitos Animais”, e terá participação de Maria Alice da Silva, do Programa de Pós-Graduação em Filosofia (PPGFil) da UFSC.

“A ideia é que o debate tenha tanto um enfoque jurídico, com os direitos, quanto filosófico, com o ponto de vista da ética e da moral”, explica a organizadora do evento e coordenadora do OJE, Letícia Albuquerque. “Na visão conservadora do Direito, a dignidade seria apenas para a vida humana; os animais não humanos são coisas. Queremos ampliar esta perspectiva, eles são seres sensíveis como os animais humanos”. Letícia é professora de Direitos Humanos e Direito Ambiental na UFSC e há quatro semestres começou a ministrar a disciplina de Direitos Animais, optativa ofertada aos alunos do curso de direito, bem como aos alunos de outros cursos da UFSC. “Fiquei surpresa com a procura, este é um tema incipiente no Direito. Na Filosofia, nem tanto, a UFSC já tem uma tradição nesta área, iniciada com a professora Sônia Felipe”.

Em 2014, o OJE e o programa de Pós-Graduação em Direito promoveram o I Encontro Catarinense de Direitos Animais. “Nós vamos aproveitar a palestra para começar a promover a segunda edição, marcada para 7 e 8 de dezembro. Queremos provocar a discussão e a reflexão sobre as questões dos Direitos Animais, especialmente, nessa segunda edição, com relação ao tema do uso de animais em testes tanto no ensino como na pesquisa”.

A palestrade abertura também servirá para divulgar as demais atividades de extensão do OJE, comoas Oficinas de Direito da Natureza, e o grupo de estudos que começa na segunda-feira, focado no livro “El derecho internacional desde abajo: El desarrollo, los movimientos sociales y la resistencia del tercer mundo”, do indiano Balakrishnan Rajagopal – aberto a todos e com certificado de horas de atividade complementar, que será fornecido no final do semestre.

Justiça Ecológica

O Observatório de Justiça Ecológica (OJE) surgiu para a identificação de conflitos socioambientais, além de realizar pesquisa e ações nas áreas de Meio Ambiente, Direitos Humanos e Direitos dos Animais. “Percebemos que, depois da redemocratização, o modelo de desenvolvimento adotado no Brasil privilegia investimentos de grande porte. A legislação existe na teoria, mas muitas vezes é desconsiderada em nome de um modelo de desenvolvimento altamente predador e excludente. As pessoas não têm voz nem vez”, conta Letícia. “O Brasil é bastante peculiar e contraditório: ao mesmo tempo em que defende um discurso de sustentabilidade em conferências internacionais sobre o tema da proteção ambiental, no plano interno as medidas nem sempre correspondem a esse discurso. Não são poucos os casos em que ha um flagrante desrespeito à legislação ambiental, como na construção da Usina de Belo Monte, em que o Brasil chegou inclusive a ser demandado no Sistema Interamericano de Proteção aos Direitos Humanos por não respeitar os direitos dos povos indígenas”.

O projeto, coordenado pelas professoras Leticia Albuquerque (CCJ) e Paula Brügger (CCB),  integra o Diretório de Grupos de Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) desde 2014 e pretende subsidiar ações ambientais na prática através de um convênio com o Ministério Público Federal (MPF). “Queremos dar utilidade para os estudos, identificando os casos, disponibilizando os documentos para a sociedade civil e levar informação e dados para o MPF”.

Direito da Natureza As Oficinas de Direito da Natureza irão levar capacitação em legislação ambiental para comunidades costeiras do litoral sul de Santa Catarina. Letícia representou a UFSC na Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca – cuja área de atuação vai do sul da Ilha de Santa Catarina até o Balneário Rincão – e o tema do seu doutorado foi o conflito entre pescadores e uma mineradora na Barra do Camacho, em Jaguaruna. “As pessoas não sabem reivindicar os seus direitos. Já temos demandas por parte de muitas comunidades, como na praia da Gamboa (Garopaba) e em Ibiraquera (Imbituba). As oficinas contam com o apoio do Núcleo Transdisciplinar de Meio Ambiente e Desenvolvimento, coordenado pelo professor Paulo Freire Vieira”.

A pesquisadora explica que há “outras formas de conseguir renda sem excluir a população local. Nosso litoral tem demanda pelo turismo de massa, mas existem outras opções mais inclusivas e nem tão degradantes”. Conforme Letícia, o propósito não é parar a atividade econômica, mas refletir sobre problemas críticos. “A crise da água é o maior exemplo disto. O maior polo industrial do país pode ficar parado porque houve um modelo de planejamento, com o desmonte da legislação ambiental, que levou a esta situação”, avalia.

Ela cita como exemplos catarinenses a instalação de uma grande empresa em São Francisco do Sul e uma cartilha de negócios para investidores lançadano governo Luiz Henrique. No primeiro caso, uma gigante da laminação do aço tinha acesso à água, o que não acontecia com a parte da população. No segundo, havia proposta de construção de resorts e hotéis em locais de proteção ambiental. “Desconsideram o aspecto ambiental em virtude do discurso do emprego e renda”.

Deslocalização da poluição O Grupo de Estudos do OJE, que inicia no dia 13 de abril (sempre às segundas, das 13 às 15h), é centrado nos conflitos ambientais decorrentes das pressões internacionais. “Soja e pecuária demandam muita água. Nós exportamos o produto, mas ficamos com o dano ambiental. Em Santa Catarina isto acontece principalmente no oeste, com a suinocultura”, aponta Letícia. “Os europeus têm leis ambientais muito rígidas, por exemplo. Assim, as empresas promovem a deslocalização da poluição e procuram países onde a lei ambiental não representa muito custo”.

A coordenadora do OJE relata que escolheu a perspectiva internacional para começar, e chegar aos problemas locais num outro momento. “Se não questionamos o modelo no qual estamos inseridos, as ações individuais ficam diluídas”.

Mais informações no site do Observatório.

Caetano Machado/Jornalista da Agecom/DGC/UFSC

Atividade do Observatório de Bioética Social – Mostra de Cinema e Direitos Humanos

23/03/2015 15:18

9° Mostra Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul.

http://mostracinemaedireitoshumanos.sdh.gov.br/2014/democratizando/

O Campus Araranguá da Universidade Federal de Santa Catarina foi selecionado pela  Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República através do Projeto Democratizando, como ponto de exibição para a 9ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul de 2015. Por meio do projeto, pontos de exibição de todo o país se inscreveram para receber os filmes elaborados pela produção da Mostra que buscam suscitar o debate sobre os Direitos Humanos em âmbito nacional. As exibições acontecerão no auditório da Unidade Jardim das Avenidas do Campus Araranguá/UFSC, com acesso gratuito para toda a comunidade universitária e da região e também em escolas, associações e instituições que se interessarem pelo projeto. Os filmes são em formato digital e  possuem temáticas relacionadas aos direitos humanos, inclusão social e multiculturalismo, com tecnologias visando a acessibilidade, com a opção de utilização de closed-caption e audio-descrição, além de legendas para cinco idiomas: árabe, espanhol, inglês, francês e mandarim. Os filmes são:

1. A Vizinhança do Tigre – Affonso Uchoa, 95′; (temática: população negra, periferia, violência).
2. Cabra Marcado pra Morrer – Eduardo Coutinho, 119′; (temática: memória e verdade, segurança pública e direitos humanos,  democracia).
3. Pelas Janelas – Carol Perdigão, Guilherme Farkas, Sofia Maldonado e Will Domingos, 35′; (temática: educação, direitos humanos, escola).
4. Que Bom te Ver Viva – Lúcia Murat, 95′; (temática: mulheres, democracia e direitos humanos).
5. Rio Cigano – Júlia Zakia, 80′; (Temática: mulher, infância).
6. Sophia – Kennel Rógis, 15′; (Temática: pessoa com deficiência auditiva, infância)
A programação é a seguinte e também está em anexo:

Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR)

Universidade Federal de Santa Catarina – Campus Araranguá/SC

9ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul

Sinopse dos filmes em:  http://mostracinemaedireitoshumanos.sdh.gov.br/2014/democratizando/

Ponto de exibição selecionado:

Campus UFSC –  Araranguá/SC

Unidade Jardim das Avenidas (UNISUL)

Auditório

26/03/2015

Quinta

27/03/2015

Sexta

28/03/2015

Sábado

 

Horário  
10:00 horas Pelas Janelas, 35′

 

Rio Cigano, 80′

Que Bom te Ver Viva , 95′ Sophia, 15′

 

A Vizinhança do Tigre –  95′

14:00 horas Que Bom te Ver Viva , 95′ Sophia, 15′

 

A Vizinhança do Tigre –  95

 

Cabra Marcado pra Morrer –  119′
16:00 horas Sophia, 15′

 

A Vizinhança do Tigre –  95′

Cabra Marcado pra Morrer, 119′ Pelas Janelas, 35′

 

Rio Cigano, 80′

19:15 horas Cabra Marcado pra Morrer ,  119′ Pelas Janelas, 35′

 

Rio Cigano, 80′

Que Bom te Ver Viva , 95′

 Evento Gratuito – Aberto a comunidade em geral.  

Os participantes receberão certificado de atividades complementares: 02 horas cada sessão.

Contato: posticsenasp@contato.ufsc.br – Fone: (48) 3721-6250 (14:00 às 18:00)

Coordenador da Atividade: Prof. Giovani Lunardi – giovani.lunardi@ufsc.br

Recursos: closed caption/áudio-descrição/Legenda em 05 idiomas (árabe, inglês, Francês, espanhol e mandarim)

BioEconomia: Lei de acesso ao patrimônio genético incentivará pesquisas e inovações que usam recursos da biodiversidade

11/02/2015 16:23

http://www.portaldaindustria.com.br/cni/imprensa/2015/02/1,56575/lei-de-acesso-ao-patrimonio-genetico-incentivara-pesquisas-e-inovacoes-que-usam-recursos-da-biodiversidade.html

 

Projeto de Lei 7.735/2014, aprovado na Câmara nessa terça-feira, foi encaminhado para o Senado. Para a CNI, nova legislação incrementará o desenvolvimento de produtos com base no potencial do país.

Confederação Nacional da Indústria (CNI) defende a aprovação urgente, pelo Senado Federal, das novas regras para acesso ao patrimônio genético, que são as informações contidas nas plantas e animais. O Projeto de Lei 7.735/2014, que estabelece critérios para o acesso aos recursos genéticos da biodiversidade e a repartição dos benefícios resultantes de seu uso econômico, foi aprovado nessa terça-feira, 10 de fevereiro, na Câmara dos Deputados. Agora, o PL segue para votação no Senado e entrará em vigor após sanção presidencial.

Na avaliação da CNI, a partir da legislação será possível alavancar pesquisas com a biodiversidade brasileira e incrementar o desenvolvimento de produtos de uso sustentável com base no rico potencial do país, em setores como o fármaco, têxtil, de alimentação, energia, cosméticos, entre outros. As novas regras vão simplificar o acesso ao patrimônio genético e facilitar inovações a partir do uso de recursos da biodiversidade.

Mônica Messenberg

“A aprovação desse PL e a entrada em vigor das novas regras são fundamentais para o Brasil avançar na agenda de bioeconomia” – Mônica Messenberg

“A nova lei vai eliminar os obstáculos impostos pela legislação atual. Essa é uma oportunidade para o Brasil, que detém pelo menos 13% das espécies do mundo. A capacidade de transformar recursos genéticos em produtos inovadores resulta em vantagem competitiva para o país”, destaca a diretora de Relações Institucionais da CNI, Mônica Messenberg.

Segundo a diretora da CNI, o PL 7.735/2014 é positivo para o país, pois contempla os interesses de diversos segmentos. Entre os principais avanços da proposta de marco legal, está a desburocratização do acesso ao patrimônio genético, a definição de critérios objetivos para a repartição de benefícios e a criação de mecanismos simplificados de regularização e adequação das atividades em andamento ao novo marco legal. “A aprovação desse PL e a entrada em vigor das novas regras são fundamentais para o Brasil avançar na agenda de bioeconomia”, ressalta Mônica.

Hoje, o acesso aos recursos genéticos da biodiversidade é regulamentado pela MP 2.186-16/2000. Pesquisa realizada em 2014 pela CNI com representantes de empresas, governantes e acadêmicos mostra que, para 78,8% dos entrevistados, a atual legislação produz insegurança para o desenvolvimento da bioeconomia no país e encarece a pesquisa e o desenvolvimento de produtos baseados em recursos genéticos da biodiversidade.

Mônica Messenberg alerta, no entanto, que, para o efetivo avanço da agenda da bioeconomia, a aprovação de novas regras sobre o acesso ao patrimônio genético precisa ser acompanhada de políticas que estimulem a inovação e a competitividade nas indústrias. A bioeconomia é uma economia sustentável, que reúne os setores que utilizam recursos biológicos. Esse mercado oferece soluções eficazes para os grandes desafios sociais, como a crise econômica, as mudanças climáticas, substituição de recursos fósseis, segurança alimentar e saúde da população.

BIOECONOMIA – Dono da maior biodiversidade do mundo, o Brasil pode se transformar em uma potência em bioeconomia, com potencial para provocar uma nova revolução industrial. Além de buscar soluções para desafios como mudanças climáticas e estímulo ao uso de energias renováveis, a bioeconomia abrange pesquisas alternativas para aumentar a produção de alimentos e produtos que melhorem a saúde das pessoas. Só no mercado compreendido pela biotecnologia industrial, a expectativa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de que sejam movimentados, no mundo, € 300 bilhões em 2030.

Preocupada em fazer com que o país aproveite as oportunidades latentes nesse campo, a Confederação Nacional da Indústria preparou o documento Bioeconomia: uma Agenda para o Brasil. Lançado em outubro de 2013, a publicação traz seis propostas comuns para as áreas de biotecnologia industrial, saúde humana e agronegócio. São elas: modernização do marco regulatório para bioeconomia; aumento dos investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação; adensamento da base científico-tecnológica; ampliação e modernização da infraestrutura laboratorial; estímulo ao empreendedorismo e disseminação da cultura da inovação.

Por Maria José Rodrigues e Diego Abreu
Foto: José Paulo Lacerda
Da Agência CNI de Notícias

Telessaúde SC oferece apoio aos municípios e às equipes de saúde para instalação e uso do e-SUS Atenção Básica

30/01/2015 15:45

http://noticias.ufsc.br/2015/01/telessaude-sc-oferece-apoio-aos-municipios-e-as-equipes-de-saude-para-instalacao-e-uso-do-e-sus-atencao-basica/

 

O Núcleo Telessaúde SC estabeleceu parceria com a Gerência de Coordenação da Atenção Básica (GEABS) e com o DATA-SUS para oferecer apoio aos municípios e às equipes de saúde de Santa Catarina na instalação e uso do e-SUS Atenção Básica. A iniciativa atende ao pedido do Ministério da Saúde. O apoio é realizado por meio de videoaulas, webconferências regionais e teleconsultorias voltadas para o esclarecimento de dúvidas sobre a implantação do sistema e o preenchimento das fichas.

O e-SUS Atenção Básica (e-SUS AB) é uma estratégia do Departamento de Atenção Básica (DAB) para reestruturar as informações da Atenção Básica em nível nacional. Esta ação está alinhada com a proposta mais geral de reestruturação dos Sistemas de Informação em Saúde do Ministério da Saúde, entendendo que a qualificação da gestão da informação é fundamental para ampliar a qualidade no atendimento à população. A estratégia e-SUS faz referência ao processo de informatização qualificada do SUS em busca de um SUS eletrônico.

Além das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF), o e-SUS AB poderá ser utilizado pelos profissionais das equipes tradicionais de programas como Academia da Saúde, Melhor em Casa, Consultório na Rua, Programa Saúde na Escola e Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). Para ter acesso aos serviços e orientações do Telessaúde SC, os profissionais interessados devem possuir cadastro no portal do programa. O acesso às videoaulas pode ser realizado tanto pelo portal quando pelo canal do Youtube (youtube.com /TelessaudeSC). São nove videoaulas que esclarecem desde a proposta do e-SUS ao preenchimento dos diferentes tipos de fichas.

O Telessaúde SC é parceria entre a Secretaria de Estado da Saúde e a Universidade Federal de Santa Catarina para desenvolvimento, refinamento, implantação e normatização de métodos e tecnologias de Tele-educação e Tele-assistência com foco na atenção básica à saúde. A coordenação técnica é exercida pelo grupo Cyclops/LabTelemed – Laboratório de Telemedicina do Hospital Universitário Prof. Polydoro Ernani de São Thiago – HU/UFSC.

Mais informações:

Núcleo Telessaúde SC
E-mail:  / 
Fone: (48) 3212-3505
Site: https://telemedicina.saude.sc.gov.br